23/07/2009

PREFÁCIO (paraplagiando Dean Koontz)


Considere este breve prefácio o curso preparatório para o exame final. Ou as instruções que as aeromoças lhe dão toda vez que você entra num avião. Coisa que não precisa ler e reler, mas, mesmo assim, material importante que precisa estar disponível. A instrução básica para tornar seu vôo muito mais facil através do resto do Blog.
Na minha infância - a qual muitos dos que me conhecem insistem em definir como toda minha vida, mas tenho como meus primeiros dez anos - eu era fascinado por revistas de um certo Tim Tim, que eram repletas de um certo surrealismo, e por Asterix, pelo mesmo motivo, mas o que fazia realmente meu sangue pulsar e colocava um brilho de alegria maluca em meus olhos eram as revistas com as histórias de Tio Patinhas e seu sobrinho facilmente irritável, Donald.
Patinhas tambem frequentava as revistas de Donald, e elas sempre nos levavam para locais distantes, em formidaveis aventuras que habitualmente envolviam forças misteriosas como Maga Patalógica ( a pata feiticeira), Hassan Ben Jaild ( o bandido árabe), fantasmas, deuses maias e o fantasma de NotreDuck. Esses bravos e aventureiros patos tinham um forte senso de família, um sempre procurando o outro, arriscando-se pelo outro, o que me atraia, pois era isso que me faltava - devido a uma estupida timidez - uma senso de segurança!
E havia o cofre do Tio Patinhas. Essa estrutura era um bloco quadrado, um monumento com dez ou doze andares às glorias da riqueza que faria Bill Gates se sentir pobre. Patinhas nadava nesse mar de moedas e cédulas como se fosse água, e seu amor pelo dinheiro era mostrado não como uma alegria perniciosa, mas como um puro e quase doce deleite. Patinhas não amava o dinheiro acima de tudo, ele abriria mão de sua fortuna para salvar seu sobrinho e sobrinhos-netos - o que aliás fez mais de uma vez, mas sempre recuperava sua fortuna. Os infames Irmãos Metralha, o anteriormente mencionado fantasma de NotreDuck, robos gigantes assaltantes, e outros tipos nefandos nunca foram, no final das contas, páreo para Tio Patinhas, que era durão, esperto e inteligente - e que merecia seu dinheiro, pois ele o tinha ganhado.
Para entender a atração que o cofre teve para mim quando eu era criança, você precisa saber que eramos mais pobres que aqueles camundongos de igreja pelos quais todo mundo sempre tem compaixão, embora os chatos pequenos roedores cantadores de hinos sejam nojentos. Consequentemente, enquanto os outros garotos liam sobre super-heróis e alimentevam fantasias de poderes fabulosos, eu acompanhava as aventuras de Tio Patinhas e alimentava fantasias de segurança.
Quando eu tinha 11 anos, alegremente ignorante de que a puberdade se aproximava sorrateiramente de mim, mas começando a sentir a ocorrência de algumas mudanças estranhas, e sendo que coincidentemente nossa situação financeira começou a mudar, era de se esperar que, finalmente, eu mudasse dos patos para os super-herois, mas, não só isso, passei a ler romances de ficção escritos por Tolkien, Rowling, Tolstoi, Steinbeck, Haggard, Machado de Assis, Alvares de Azevedo, e tantos outros ; e tambem a assistir filmes, muitos filmes; e estranhamente, foi nessa época que comecei a estudar, digo a me dedicar aos estudos.
O que nos tráz ao "De Patos E Homens", uma clara referencia a Steinbeck e aos quadrinhos do Tio Patinhas. Nesse Blog, eu gostaria de falar de filmes e de livros, de HQ's e de experiências de vida, de tudo! Bem se alguem (realmente)estiver interessado, então só posso dizer algo:

" Sentem-se em seus lugares, e apertem os cintos, o vôo vai começar!"

2 comentários: